sábado, 15 de janeiro de 2011

A Fúria da Natureza

Foto ilustrativa - RJ
César Augusto Torres


Um dia a terra iria cobrar. Esse dia chegou. As tragédias se multiplicam a cada dia, e os locais dos eventos não passa por uma previsão eficiente, como se fosse possível, para poupar vidas, e são muitas as explicações para justificar as tragédias anunciadas pós-eventos. O homem ao longo da história vem criando toda sorte de inovação, tecnologias inimagináveis, tudo em nome do capitalismo, justificado com o desenvolvimento social, à custa de exploração dos recursos naturais sem limites.


É sabido que a população do planeta que se multiplica a cada década, consome hoje mais recursos naturais do que o planeta pode suportar e reconstituir. O planeta se encontra na exaustão, não consegue mais suportar a falta de consciência do homem, imaginando ele não fazer parte da natureza, e que o seu desrespeito é responsável por muita dor e a aceleração do fim da espécie. Estamos sim, caminhando para o fim.


Enquanto especialistas e governo tentam mostrar um cenário sustentável, a escassez provoca milhares de vítimas, não somente como o ocorrido na região serrana do Rio ou no sul de Minas, mas também nas secas em locais que nunca faltou água. As tragédias de eventos naturais demonstra que, o comportamento climático está totalmente atípico e fora de controle.


O desrespeito com a natureza é tão grande que estamos assistindo a aprovação da licença ambiental para construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, coração da Amazônia. E na calada da noite no planalto, com essa aprovação outras usinas já estão projetadas. É a prova inquestionável de que os interesses econômicos e políticos sobrepõem à razão e o respeito ao nosso planeta que é único e não suporta mais tanta agressão.


A floresta amazônica, a maior reserva natural do planeta, sofrerá um impacto que irá refletir em todo Bioma. A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo ciclo ecológico da região afetada. A obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. São tantos os efeitos negativos que não justifica uma usina que irá investir uma furtuna e não ser tão produtiva e com um passivo ambiental tão grande e irresponsável.


Até quando as nações do planeta irão reconhecer que não existe mais tempo? Se agirmos agora poderemos minimizar o sofrimento das futuras gerações, caso contrário, só temos a lamentar pela vida futura de nossos jovens e crianças.

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