quinta-feira, 14 de março de 2013

INHAPIM, LIXÃO NUNCA MAIS

 
UMSALTO PARA O FUTURO 

Um pouco da história. Inhapim, na década de 60 e 70 cidade ainda com pouco mais de 20.000 habitantes, onde São Domingos das Dores e São Sebastião do Anta compunham o território Inhapinhense. A população rural era composta de aproximadamente de 70% dos habitantes, e a base da economia do município era a agricultura com ênfase na hortaliças e pecuária de leite. A população Urbana era de aproximadamente 5.000 habitantes produzindo em média menos de 100gramas lixo dia, hoje esse volume aproxima a 1kg dia per capta e com uma população três vezes maior. Lembramos que na época o responsável pela coleta do lixo era somente o Sr. José Elias com sua carrocinha puxada por sua mulinha avenida que atendia os seus comandos pelo hábito de anos na mesma atividade. Época áurea para o meio ambiente que conseguia absorver naturalmente o impacto ambiental causado pelo homem. A cidade cresceu e com ela os problemas.
O êxodo rural e o crescimento natural da população provocaram um salto no número de habitantes nas áreas urbanos do município principalmente no distrito sede. Hoje a população de Inhapim, mesmo com a emancipação dos Distritos de São Domingos e São Sebastião do Anta já ultrapassa a casa dos 24.000 habitantes, sendo que 60% da população hoje vive na área urbana com uma maior concentração no distrito sede que possui aproximadamente 15000 habitantes.
A modernidade e evolução tecnologica criaram hábitos sociais que favoreceu o consumismo. No passado a opção das donas de casa era o uso das sacolas retornáveis para compras, feitas de tecidos que duravam uma eternidade. Hoje vivemos uma invasão das sacolas plásticas, a vilã da poluição ambiental fazendo parte da rotina para transporte de pequenas compras pela população. Os produtos descartáveis também como: vasilhas plásticas, eletro eletrônicos, celulares etc. também contribuem para o aumento significativo na produção do lixo urbano. O resultado de tudo isso é a produção do lixo em média quase 1000 gramas per capita dia.
Hoje é comum as pessoas colocam o lixo de sua residências para coleta, e depois que são retirados não imagina para onde o lixo foi, e o problemão que causou para a administração e o meio ambiente. Portanto a necessidade de todos começarem a conhecer a realidade dos problemas e contribuírem com o poder público, ajudando com iniciativas simples como a diminuição do consumo de produtos descartáveis, principalmente as sacolas descartáveis . Já é um bom começo.
Lixão Problemas e Soluções.
O lixão de Inhapim funcionou durante anos às margens do Rio Caatinga, precisamente no local denominado cachoeirão, período em que os problemas ambientais não eram tratados com a devida importância. Em 2008 aproximadamente foi extinto aquele lixão sendo transferido para as margens da Br 116 na vizinha cidade de Ubaporanga em uma propriedade particular que alugava a área.
O lixão permaneceu ali por pouco tempo, a legislação ambiental da época já estabelecia distância mínima das rodovias. Por força da legislação foi transferido para outra área do mesmo proprietário, que acabou alugando também a mesma área para a Cidade de Ubaporanga, consorciando assim o depósito de lixo.
 
Em 01 de janeiro de 2008, primeiro dia da posse de Grimaldo Bicalho como Prefeito de Inhapim, se deparou com uma situação bastante incomoda e séria, onde colocar o lixo de Inhapim? O ministério público já havia comunicado a administração anterior para adequar a área do lixão à legislação pertinente, pois, se encontrava em situação deplorável. Diante da situação o Ministério Público felaborou um Termo de ajuste de conduta (TAC ) assinado pelo Ex-Prefeito, e que não foi cumprido, o que culminou em proibição de utilização da área e multa para o município.
A administração municipal, diante do problema, buscou o Ministério Público, que se sensibilizou com a situação, permitindo um prazo para adequação e a continuidade na utilização da área, até uma tomada de decisão definitiva. O compromisso foi cumprido, e a área recebeu o tratamento adequada. Sendo coberto todo lixo a céu aberto, feito a vala para aterro controlado, cerca de arame na área total e plantio de grama no locar aterrada.
Ainda em 2009, buscando uma solução definitiva o Prefeito procurou uma área que melhor enquadrasse na Legislação vigente. Foram verificadas várias localidades e analisadas criteriosamente cada uma. Considerando ainda a indisposição dos proprietários em vender ou alugar para os objetivos propostos. Quando em final de dezembro a administração recebeu a comunicação assinada pelo Prefeito de Ubaporanga que não mais permitiria a continuidade do município de Inhapim em depositar o seu lixo naquela área, sendo que o contrato de arrendamento da área havia vencido dia 31 de dezembro.
Diante do exposto o processo de construção de um aterro controlado foi acelerado, e a Administração alugou uma área que atendia todas as especificações técnicas exigidas na Deliberação Normativa do COPAM 118 de julho de 2008 descrita abaixo.
O que é o Aterro Controlado?

São técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a à segurança,minimizando os impactos ambientais. 
Requisitos Básicos da DN 118/2008.
I – a localização da área não poderá ocorrer, em nenhuma hipótese, em áreas erodidas, em especial em voçorocas, em áreas cársticas ou em Áreas de Preservação Permanente – APP;
II – localização em área com solo de baixa permeabilidade e com declividade média inferior a 30%;
III – localização em área não sujeita a eventos de inundação, situada a uma distância mínima de 300 metros de cursos d’água ou qualquer coleção hídrica.
IV – localização em área situada a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais;
V – localização em área com distância mínima de 100 metros de rodovias e estradas, a partir da faixa de domínio estabelecida pelos órgãos competentes;
VI – implantação de sistema de drenagem pluvial em todo o terreno, de modo a minimizar o ingresso das águas de chuva na massa de lixo aterrado e encaminhamento das águas coletadas para lançamento em estruturas de dissipação e sedimentação;
VII – realização de recobrimento do lixo com terra, de acordo com a
freqüência abaixo:
• municípios com população urbana entre 10.000 e 30.000 habitantes– no mínimo três vezes por semana;
VIII - manutenção de boas condições de acesso à área do depósito de lixo;
IX – a área do depósito de lixo deverá ser isolada com cerca, preferencialmente complementada por arbustos ou árvores, e possuir portão na entrada, de forma a dificultar o acesso de pessoas e animais, além de possuir placa de identificação e placa de proibição de entrada e permanência de pessoas estranhas;
X - proibição da permanência de pessoas no local para fins de catação de materiais recicláveis, recomendando-se que a Prefeitura Municipal crie alternativas adequadas sob os aspectos técnicos, sanitários e ambientais para a realização das atividades de triagem de materiais, de forma a propiciar a manutenção de renda para as pessoas que sobrevivem dessa atividade, prioritariamente, pela implantação de programa de coleta seletiva em parceria com os catadores;
XI – Proibição de disposição no deposito de resíduos sólidos urbanos de pneumáticos e baterias;
XII - Proibição de uso de fogo em deposito de resíduos sólidos urbanos.
Os procedimentos estabelecidos em Lei estão sendo adequados criteriosamente para um aterro controlado. A população de Inhapim pode se alegrar, pois o Prefeito de Inhapim, não só está cumprindo a legislação do Aterro Controlado como também já instalando o processo de triagem e compostagem do lixo, o que irá diminuir em até 70% o volume do aterro. Atitude essa que refletirá em transformar o lixo em receita e diminuir em 70% o impacto ambiental causado no descarte de resíduos sólidos.

    Essa afirmativa se dá em função do empenho da administração em buscar o melhor.E para coroar de êxito, ainda mais esse importante empreendimento, recebemos a visita do representante da FEAM, que permaneceu no local toda tarde de quinta-feira dia 28/01, examinando detalhadamente todos os procedimentos e critérios estabelecidos na legislação. Concluindo com a elaboração de um relatório com aprovação integral do empreendimento e colocando a Cidade de Inhapim entre os municípios mineiros que ERRADICARAM O LIXÃO e adotaram o ATERRO CONTROLADO como medida de redução do impacto ambiental.

     Esta matéria é importante, principalmente para as pessoas que desconhecem as dificuldades de execução de projetos dessa envergadura e não conseguem perceber a diferença entre administradores sérios e comprometidos com outros que não tiveram sequer respeito pelos compromissos assumidos em juízo.Que fazer terrorismo com população por desconhecimento ou informações erradas e tendenciosas, para satisfação pessoal ou para alimentar um pasquim criado com objetivos escusos, não exime de responsabilidade de falsidade todos os envolvidos. E que atirar pedras é mais cômodo do que arregaçar as mangas e ajudar na busca de soluções, lembrando que o problema lixo hoje é um problema não só da administração, mas também de todos nós.
Parabéns Inhapim, parabéns administração. 

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