quinta-feira, 14 de março de 2013

MEIO AMBIENTE – Mudança de Paradigma Social

        Nunca se ouviu falar tanto em desastres ambientais. Nos últimos anos, a revolta da natureza vem confirmando as previsões mais pessimistas dos ambientalistas. A necessidade de o homem repensar a sua visão capitalista, buscar um processo produtivo mais eficiente, diminuindo os impactos ambientais desde o inicio do processo e não no final do tubo, como é a práxis. Isto quando acontece eficientemente.
        O Aquecimento Global, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), nos dá a dimensão e a velocidade das mudanças, confirmando a importante participação do homem na utilização sem limites dos recursos naturais. A atual geração, considero ser a geração que mais acelerou o processo de degradação. Vale lembrar, que foi essa geração a responsável pela velocidade no desenvolvimento tecnológico, onde lideram o Ranking; a industria automobilística, eletro eletrônico, telecomunicações, moda e utilidades domésticas.
     Essa evolução culminou em dois fatores que estão sendo responsável pela velocidade no processo. Em primeiro lugar a facilidade e velocidade na comunicação, que impôs ao cidadão uma nova cultura consumista, onde as necessidades básicas deram lugar as necessidades sociais. Um carro mais moderno, uma roupa da última coleção, um celular que sua maior importância não é falar, produtos populares com ínfima duração os descartáveis.
      A concorrência é desleal. Enquanto os ambientalistas lutam por um espaço na mídia, e conseguem transmitir sua mensagem sensibilizadora, as grandes empresas produzem programas cada vez mais convincentes para o consumo indiscriminado desmotivando todas as conquistas adquiridas às duras lutas. Mas nem tudo está perdido, em muito pouco tempo os ambientalistas eram tratados sem o mínimo respeito, como uma doença que deveria ser extirpada da sociedade. Hoje, felizmente o mundo está fazendo coro aos ambientalistas e reconhecendo o erro em não ter dado a devida importância às suas previsões consideradas alarmistas.
    Sempre quando pensamos na mudança de paradigmas sociais, pensamos sempre como será árdua a luta. A exemplo, nossa cidade Inhapim, possui uma cultura ambientalista muito tímida, apesar de nos últimos anos, até mesmo motivado pelos constantes desastres ambientais, toda mídia tem massificado a necessidade de mudanças de comportamento de toda sociedade, não só dos administradores públicos, das empresas mas de todos nós. Minha afirmativo é pelo comportamento da maioria da população que apesar de saber da importância de sua participação, não toma atitude. Continuam a praticar agressão ao meio ambiente como se não morassem no planeta terra.
    Sacolas de lixo é comum encontrá-las em todo lugar, varrer calçadas com a mangueira de água é comum na cidade, lâmpadas acesas sem necessidade, enfim, não presenciamos ações ambientais concretas pelos cidadão, existindo somente fatos isolados. Sabemos que Educação Ambiental deverá tomar um outro norte, para de fato os objetivos das mudanças sejam alcançados.
       Muitos ainda não tem conhecimento de mais uma Instituição, que participamos de sua criação, o Instituto Ambiental Verde Horizonte. Instituição esta que tem o objetivo de contribuir com o processo de educação ambiental, como forma de contribuir com o poder público em suas ações, se tornando uma forma de arrebatar cidadãos para um comprometimento real com as causas sociais e ambientais.
       Apesar dos contratempos, somos otimista e vamos continuar nossa luta em defesa do meio ambiente.

INHAPIM, LIXÃO NUNCA MAIS

 
UMSALTO PARA O FUTURO 

Um pouco da história. Inhapim, na década de 60 e 70 cidade ainda com pouco mais de 20.000 habitantes, onde São Domingos das Dores e São Sebastião do Anta compunham o território Inhapinhense. A população rural era composta de aproximadamente de 70% dos habitantes, e a base da economia do município era a agricultura com ênfase na hortaliças e pecuária de leite. A população Urbana era de aproximadamente 5.000 habitantes produzindo em média menos de 100gramas lixo dia, hoje esse volume aproxima a 1kg dia per capta e com uma população três vezes maior. Lembramos que na época o responsável pela coleta do lixo era somente o Sr. José Elias com sua carrocinha puxada por sua mulinha avenida que atendia os seus comandos pelo hábito de anos na mesma atividade. Época áurea para o meio ambiente que conseguia absorver naturalmente o impacto ambiental causado pelo homem. A cidade cresceu e com ela os problemas.
O êxodo rural e o crescimento natural da população provocaram um salto no número de habitantes nas áreas urbanos do município principalmente no distrito sede. Hoje a população de Inhapim, mesmo com a emancipação dos Distritos de São Domingos e São Sebastião do Anta já ultrapassa a casa dos 24.000 habitantes, sendo que 60% da população hoje vive na área urbana com uma maior concentração no distrito sede que possui aproximadamente 15000 habitantes.
A modernidade e evolução tecnologica criaram hábitos sociais que favoreceu o consumismo. No passado a opção das donas de casa era o uso das sacolas retornáveis para compras, feitas de tecidos que duravam uma eternidade. Hoje vivemos uma invasão das sacolas plásticas, a vilã da poluição ambiental fazendo parte da rotina para transporte de pequenas compras pela população. Os produtos descartáveis também como: vasilhas plásticas, eletro eletrônicos, celulares etc. também contribuem para o aumento significativo na produção do lixo urbano. O resultado de tudo isso é a produção do lixo em média quase 1000 gramas per capita dia.
Hoje é comum as pessoas colocam o lixo de sua residências para coleta, e depois que são retirados não imagina para onde o lixo foi, e o problemão que causou para a administração e o meio ambiente. Portanto a necessidade de todos começarem a conhecer a realidade dos problemas e contribuírem com o poder público, ajudando com iniciativas simples como a diminuição do consumo de produtos descartáveis, principalmente as sacolas descartáveis . Já é um bom começo.
Lixão Problemas e Soluções.
O lixão de Inhapim funcionou durante anos às margens do Rio Caatinga, precisamente no local denominado cachoeirão, período em que os problemas ambientais não eram tratados com a devida importância. Em 2008 aproximadamente foi extinto aquele lixão sendo transferido para as margens da Br 116 na vizinha cidade de Ubaporanga em uma propriedade particular que alugava a área.
O lixão permaneceu ali por pouco tempo, a legislação ambiental da época já estabelecia distância mínima das rodovias. Por força da legislação foi transferido para outra área do mesmo proprietário, que acabou alugando também a mesma área para a Cidade de Ubaporanga, consorciando assim o depósito de lixo.
 
Em 01 de janeiro de 2008, primeiro dia da posse de Grimaldo Bicalho como Prefeito de Inhapim, se deparou com uma situação bastante incomoda e séria, onde colocar o lixo de Inhapim? O ministério público já havia comunicado a administração anterior para adequar a área do lixão à legislação pertinente, pois, se encontrava em situação deplorável. Diante da situação o Ministério Público felaborou um Termo de ajuste de conduta (TAC ) assinado pelo Ex-Prefeito, e que não foi cumprido, o que culminou em proibição de utilização da área e multa para o município.
A administração municipal, diante do problema, buscou o Ministério Público, que se sensibilizou com a situação, permitindo um prazo para adequação e a continuidade na utilização da área, até uma tomada de decisão definitiva. O compromisso foi cumprido, e a área recebeu o tratamento adequada. Sendo coberto todo lixo a céu aberto, feito a vala para aterro controlado, cerca de arame na área total e plantio de grama no locar aterrada.
Ainda em 2009, buscando uma solução definitiva o Prefeito procurou uma área que melhor enquadrasse na Legislação vigente. Foram verificadas várias localidades e analisadas criteriosamente cada uma. Considerando ainda a indisposição dos proprietários em vender ou alugar para os objetivos propostos. Quando em final de dezembro a administração recebeu a comunicação assinada pelo Prefeito de Ubaporanga que não mais permitiria a continuidade do município de Inhapim em depositar o seu lixo naquela área, sendo que o contrato de arrendamento da área havia vencido dia 31 de dezembro.
Diante do exposto o processo de construção de um aterro controlado foi acelerado, e a Administração alugou uma área que atendia todas as especificações técnicas exigidas na Deliberação Normativa do COPAM 118 de julho de 2008 descrita abaixo.
O que é o Aterro Controlado?

São técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a à segurança,minimizando os impactos ambientais. 
Requisitos Básicos da DN 118/2008.
I – a localização da área não poderá ocorrer, em nenhuma hipótese, em áreas erodidas, em especial em voçorocas, em áreas cársticas ou em Áreas de Preservação Permanente – APP;
II – localização em área com solo de baixa permeabilidade e com declividade média inferior a 30%;
III – localização em área não sujeita a eventos de inundação, situada a uma distância mínima de 300 metros de cursos d’água ou qualquer coleção hídrica.
IV – localização em área situada a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais;
V – localização em área com distância mínima de 100 metros de rodovias e estradas, a partir da faixa de domínio estabelecida pelos órgãos competentes;
VI – implantação de sistema de drenagem pluvial em todo o terreno, de modo a minimizar o ingresso das águas de chuva na massa de lixo aterrado e encaminhamento das águas coletadas para lançamento em estruturas de dissipação e sedimentação;
VII – realização de recobrimento do lixo com terra, de acordo com a
freqüência abaixo:
• municípios com população urbana entre 10.000 e 30.000 habitantes– no mínimo três vezes por semana;
VIII - manutenção de boas condições de acesso à área do depósito de lixo;
IX – a área do depósito de lixo deverá ser isolada com cerca, preferencialmente complementada por arbustos ou árvores, e possuir portão na entrada, de forma a dificultar o acesso de pessoas e animais, além de possuir placa de identificação e placa de proibição de entrada e permanência de pessoas estranhas;
X - proibição da permanência de pessoas no local para fins de catação de materiais recicláveis, recomendando-se que a Prefeitura Municipal crie alternativas adequadas sob os aspectos técnicos, sanitários e ambientais para a realização das atividades de triagem de materiais, de forma a propiciar a manutenção de renda para as pessoas que sobrevivem dessa atividade, prioritariamente, pela implantação de programa de coleta seletiva em parceria com os catadores;
XI – Proibição de disposição no deposito de resíduos sólidos urbanos de pneumáticos e baterias;
XII - Proibição de uso de fogo em deposito de resíduos sólidos urbanos.
Os procedimentos estabelecidos em Lei estão sendo adequados criteriosamente para um aterro controlado. A população de Inhapim pode se alegrar, pois o Prefeito de Inhapim, não só está cumprindo a legislação do Aterro Controlado como também já instalando o processo de triagem e compostagem do lixo, o que irá diminuir em até 70% o volume do aterro. Atitude essa que refletirá em transformar o lixo em receita e diminuir em 70% o impacto ambiental causado no descarte de resíduos sólidos.

    Essa afirmativa se dá em função do empenho da administração em buscar o melhor.E para coroar de êxito, ainda mais esse importante empreendimento, recebemos a visita do representante da FEAM, que permaneceu no local toda tarde de quinta-feira dia 28/01, examinando detalhadamente todos os procedimentos e critérios estabelecidos na legislação. Concluindo com a elaboração de um relatório com aprovação integral do empreendimento e colocando a Cidade de Inhapim entre os municípios mineiros que ERRADICARAM O LIXÃO e adotaram o ATERRO CONTROLADO como medida de redução do impacto ambiental.

     Esta matéria é importante, principalmente para as pessoas que desconhecem as dificuldades de execução de projetos dessa envergadura e não conseguem perceber a diferença entre administradores sérios e comprometidos com outros que não tiveram sequer respeito pelos compromissos assumidos em juízo.Que fazer terrorismo com população por desconhecimento ou informações erradas e tendenciosas, para satisfação pessoal ou para alimentar um pasquim criado com objetivos escusos, não exime de responsabilidade de falsidade todos os envolvidos. E que atirar pedras é mais cômodo do que arregaçar as mangas e ajudar na busca de soluções, lembrando que o problema lixo hoje é um problema não só da administração, mas também de todos nós.
Parabéns Inhapim, parabéns administração. 

Educação Ambiental - Desenvolvimento Sustentável

César Torres


       O futuro não é algo que simplesmente acontece por si mesmo. Estamos criando o amanhã aqui e agora. Hoje em dia muitas pessoas sentem-se como meros espectadores dos fatos ambientais globais, alheio às mudanças planetárias. Mas devemos aprender que todos nós somos atores e que estamos agora mesmo modelando nosso futuro e o futuro das próximas gerações. A problemática da sustentabilidade assume, neste início de século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se moldam. O consumo sustentável é a condicionante da garantia na auto-recuperarão dos recursos naturais e a permanência de vida no planeta.

   O Meio Ambiente em que vivemos é uma manifestação da constante transformação, da natureza e da sociedade humana. Nós com nosso egoísmo, nossa ambição desenfreada, nosso consumismo sem limite, na busca constante de suprirmos nossos desejos econômico, buscando sempre viver de aparência e isto fazendo à custa de derrubadas de árvores, queimadas, extinção de espécies, poluição do ar, do solo e da água, não importando ao menos se todo este descaso com o planeta vai valer mesmo a pena, pois para que todo este lucro, esta aparência de ser o melhor, de ter a melhor casa e o melhor carro a melhor conta bancária, sendo a continuar no mesmo ritmo, não terão como aproveitar, já que o planeta reclama, manifestando sua fúria com reações nunca visto e se encontra a beira de um colapso total. 

      
     Esta nossa visão catastrófica vem causando descontentamento em muitos, principalmente os capitalistas que sentem como uma barreira ao progresso e que os ambientalistas tratam as questões ambientais com o mesmo radicalismo e fanatismo dos religiosos orientais. 
Apesar de não ser natural de Inhapim passei toda minha vida nessa cidade e pude testemunhar as grandes mudanças ambientais ocorridas nas últimas décadas. O Rio Caratinga e o Córrego. São Silvestre são duas micro bacias hidrográficas de importância vital para a cidade, e que podemos dizer de sua vazão que teve uma redução importante, chegando praticamente 50% nos últimos 40 anos. Não tão somente os rios sofreram as transformações, mas, as nossas reservas florestais foram quase todas extintas e em conseqüência a biodiversidade. 
        Acredito que nem tudo está perdido, tanto que venho dedicando meu tempo em buscar conhecimento e levar a minha contribuição para mudanças de atitudes de nossa sociedade.
Inhapim, cidade como a maioria dos pequenos municípios, possui deficiências por ações antrópica e que depende da vontade política e a participação da sociedade para vencermos esse grande desafio. Para nossa alegria o executivo municipal vem empenhando na busca de uma solução definitiva para o destino correto do lixo com a implantação de um aterro controlado e uma usina de reciclagem e compostagem do lixo urbano. 
         Esse será o primeiro passo para um salto no controle total de nossos resíduos sólidos, com a possibilidade da coleta seletiva e a geração de emprego e renda principalmente para os profissionais que atuarem no setor. Devemos lembrar, no entanto que água, ar, alimentos, combustíveis, florestas, enfim, tudo o que é vital para nossa sobrevivência, para não se esgotar, precisa ser usado com racionalidade. Trocando em miúdos, é inadiável que cada um de nós promova uma saudável mudança de hábitos no cotidiano, um exercício que vai colocar em forma todo planeta. As pessoas precisam perceber que depende também de nós, consumidores, o futuro do planeta. Com pequenas atitudes no cotidiano, é possível ajudar o planeta e. ainda, economizar no orçamento doméstico.
        O slogan ambientalista "Pensar Globalmente, Agir Localmente" serviu de inspiração para o capítulo 28 da Agenda 21, que pede maior atenção com as cidades, já que estas são fundamentais para a implementação das políticas propostas no documento e é a cidade onde existem hoje a maior concentração da população mundial.
Muito temos que fazer, e em outra oportunidade mostraremos como podemos ser importantes em todo processo de recuperação e manutenção da sustentabilidade do planeta economizando dinheiro e ou faturando com o nosso descarte. Encerro o texto com uma mensagem da carta escrita em 1855, pelo cacique Seattle ao Presidente dos Estados Unidos.
"O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Há uma ligação em tudo". 

A Importância das Matas Ciliares


César Torres

       O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo da história do País, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades.
    A noção de recursos naturais inesgotáveis, dadas as dimensões continentais do País, estimulou e ainda estimula a expansão da fronteira agrícola sem a preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma manutenção da produtividade das áreas já cultivadas. Assim, o processo de fragmentação florestal é intenso nas regiões economicamente mais desenvolvidas, ou seja, o Sudeste e o Sul, e avança rapidamente para o     Centro-Oeste e Norte, ficando a vegetação arbórea nativa representada, principalmente, por florestas secundárias, em variado estado de degradação, salvo algumas reservas de florestas bem conservadas. Este processo de eliminação das florestas resultou num conjunto de problemas ambientais, como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d'água.
      Neste panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo de degradação. Basta considerar que a maioria das cidades, a exemplo de Inhapim, Caratinga e Dom Cavate, foram formadas às margens de rios, eliminando se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto,servindo de descarte do lixo e esgotamento sanitário o que além de comprometer a qualidade da água comprometeu gravemente o ecossistema, sendo também responsável por inundações constantes.
      Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de fatores: são as áreas diretamente mais afetadas na construção de hidrelétricas; nas regiões com topografia acidentada, são as áreas preferenciais para a abertura de estradas, para a implantação de culturas agrícolas e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstáculos de acesso do gado ao curso d'água etc.
Este processo de degradação das formações ciliares, além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a preservação das mesmas, resulta em vários problemas ambientais. As matas ciliares funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos.
      Apesar da reconhecida importância ecológica, ainda mais evidente nesta virada de século e de milênio, em que a água vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas ciliares continuam sendo eliminadas cedendo lugar para a especulação imobiliária, para a agricultura e a pecuária e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo de produção.
     As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a contaminação com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos, se constituírem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna. Estas peculiaridades conferem às matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua preservação.

DEFINIÇÃO

As matas ciliares são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio ambiental e, portanto, devem representar uma preocupação central para o desenvolvimento rural sustentável.
A preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas às práticas de conservação e ao manejo adequado do solo, garantem a proteção de um dos principais recursos naturais: a água.


As principais funções das matas ciliares são: 

• controlar a erosão nas margens dos cursos d´água, evitando o assoreamento dos mananciais; 
• minimizar os efeitos de enchentes; 
• manter a quantidade e a qualidade das águas; 
• filtrar os possíveis resíduos de produtos químicos como agrotóxicos e fertilizantes; 
• auxiliar na proteção do ecossistema. 
• São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos.

A importância do reflorestamento nas micro bacias hidrográficas como a do são silvestre são:
 
• contribuir para conscientização dos produtores sobre a necessidade de conservação dos recursos naturais; 
• incentivar o reflorestamento, através da doação de mudas de espécies florestais nativas aos produtores; 
• contribuir para aumentar a proteção e vazão das nascentes e dos mananciais hídricos como o córrego são silvestre que abastece a cidade de Inhapim. 
• contribuir para melhorara a qualidade da água;contribuir para reverter processos de degradação ambiental; 
• contribuir para a preservação da biodiversidade e do patrimônio genético da flora e da fauna;buscar um equilíbrio biológico duradouro, essencial a uma melhor qualidade de vida.
APP - Área de Preservação Permanentes:
São áreas protegidas por lei desde 1965(lei 4.771), quando foi instituído o Código Florestal, cobertas ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 

Consideram-se Áreas de Preservação Permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: 

• ao longo de rios e outros cursos d´água; 
• ao redor de lagoas. lagos ou reservatórios naturais ou artificiais; 
• ao redor de nascentes ou olho d´água; 
• no topo de morros, montes, montanhas e serras; 
• nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45°; 
• nas restingas,como fixadora de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
• nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; 
• em altitudes superiores a 1.800 metros. 

Situação Largura mínima da faixa

Cursos de água com até 10m 30m em cada margem
Cursos d´água de 10 a 50m de largura 50m em cada margem
Cursos d´água de 50 a 200m de largura 100m em cada margem
Cursos d´água de 200 a 600m de largura 200m em cada margem
Cursos d´água com mais de 600m de largura 500m em cada margem
Lagos ou reservatório em zona urbana 30m ao redor do espelho d´água
Lagos ou reservatórios em zona rural (com menos de 20ha) 50m ao redor do espelho d´água
Lagos ou reservatórios em zona rural (a partir de 20ha) 100m ao redor do espelho d´água
Represas de hidroelétricas 100m ao redor do espelho d´água
Nascentes (mesmo intermitentes) e olhos d´água Raio de 50 m

A Agonizante vida do Rio Caratinga.


                                                Matéria Publicada no Jornal O Noticiário

César Torres

          A água é o elemento fundamental da vida. Seus múltiplos usos são indispensáveis a um largo
aspecto das atividades humanas, onde se destacam, entre outros, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação, bem como a preservação da vida aquática.
         A existência de tudo o que é vivo, em nosso planeta, depende de um fluxo de água contínuo e do equilíbrio entre a água que o organismo perde e a que ele repõe. As semelhanças entre o corpo humano e a Terra são: 70% do nosso corpo também é constituído de água. Assim como a água irriga e alimenta a Terra, o nosso sangue, que é constituído de 83% de água, irriga e alimenta nosso corpo.
         Quando o homem aprendeu a usar a água em seu favor, ele dominou a natureza: aprendeu a plantar, a criar animais para seu sustento, a gerar energia etc. Desde as civilizações mais antigas até as mais modernas, o homem sempre procurou morar perto dos rios, para facilitar a irrigação, moer grãos com moinho d’água, lavar roupas, obter água potável e descartar os seus dejetos o lixo etc.
           Nos últimos anos, a humanidade se desenvolveu muito, e Inhapim não foi diferente, a invasão das habitações para o leito do rio é hoje um problema que afeta grandemente não só a qualidade da água, mas também a vida de todo ecossistema que depende de suas águas.
           A imensidão do Brasil fez, e ainda faz, muita gente pensar que todos os recursos naturais do nosso País são inesgotáveis. Engano. Um grande engano. Se não abrirmos os olhos e ficarmos bem atentos as nossas atitudes, poderemos sofrer graves prejuízos e ainda comprometer a sobrevivência das gerações futuras.
           A maioria das pessoas está passando pela vida sem perceber a velocidade da degradação e a gravidade que se encontra o meio ambiente. A água é hoje a maior problemática ambiental, pois sua escassez já afeta milhões de pessoas no planeta e a previsão é sombria. O desmatamento, a poluição e o uso irracional são os maiores responsáveis pela diminuição substancial das reservas hídricas potável no planeta, e o nosso Rio Caratinga exemplifica bem esse estado de degradação, com a diminuição gradativa de suas águas da vida em suas águas.
           Hoje, mais do que nunca, a vida do homem depende da água e a preservação depende de cada um de nós. O nosso Rio Caratinga sofre atualmente duas sérias agressões. A primeira trata-se do esgoto urbano que é despejado sem tratamento por todos os municípios ao longo de seu curso. A segunda agressão trata-se do lixo que é atirado diariamente em seu leito por muitos, e em nossa cidade alguns Inhapinhenses também são praticantes desse crime ambiental e jogam sacos de lixo e muitos outros resíduos sólidos contaminantes e ou terra e restos de construção no rio sem nenhum remorso, como se fossem donos da natureza.
Ainda existe uma saída?

             A resposta é sim! Ainda existe uma saída!... Educação... Atitude... Ação.
            A Problemática Ambiental nos leva a buscar um novo caminho na educação, pois, não basta que as pessoas saibam o que fazer. É necessário que façam. Não é, portanto, um problema de saber, é um problema de ação. E, para fazer é importante saber, contudo a tomada de decisão é o primeiro passo. Esse é um desafio que devemos enfrentar, é comum os jovens compreenderem as necessidades de novas atitudes e não conseguirem convencer os pais ou irmãos a acompanhá-los. Cabe a todos nós a busca de caminhos que provoquem a mudança.
            Devemos sim, compartilhar esse importante sentimento. Não somos os donos da natureza, mas, parte dela. O nosso respeito aos recursos naturais é que irá promover o equilíbrio e garantir a vida das gerações futuras. Vamos participar e mostrar aos nossos Inhapinhenses que o fato de possuirmos nossas residências a margem do rio, não nos torna responsáveis por sua poluição. Não atiramos lixo em suas águas. Nos tornamos sim, guardiões de suas águas.
            Vamos ajudar a salvar o Rio Caratinga. Compre também essa idéia. Mostre ao seu vizinho a importância das águas e vamos acabar com essa pratica irracional e ajudar a salvar o planeta começando por nossa cidade.
 
Conheça abaixo a Declaração Universal dos direitos da água.

Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". Eis o texto que vale uma reflexão:

1.- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.

2.- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.

3.- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

4.- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

5.- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
6.- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
7.- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
8.- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
9.- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
10.- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e oconsenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.