segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Lalau – Herói anônimo.


César Augusto Torres


Menino pobre, filho de pais... Quem os conhece? Quem se importa?

Desdentado, pouco estudo, criticado às vezes humilhado.
Sonhador, um exemplo de obstinação.
Não tem vícios, não bebe, não fuma e não usa drogas.
O seu maior vício, esportes.
Os seus limites! O seu sonho.
Muitas medalhas e troféus. Quanto prêmio recebeu? Alguém se interessa?
Não da ibope, não gera votos, mas nos mostra um exemplo de coragem e a capacidade de lutar por um sonho.
Lalau viajou várias capitais brasileiras atrás de seu maior sonho, vencer uma competição.
Será ele merecedor de uma homenagem oficial?
A Câmara municipal lhe dar uma comenda, um exagero ou um justo reconhecimento.
O município, as escolas enfim, porque todos nós não lhes damos um abraço ou um simples aperto de mão seguido de uma frase de reconhecimento , parabéns ! Você é muito importante para nossa comunidade! Você é um exemplo!
Na São Silvestre não conseguiu medalhas, mas estava lá orgulhoso ostentando a bandeira de nossa querida Inhapim, demonstrando assim, um amor maior pela sua cidade natal.
Não perde uma oportunidade, viaja de carona, com recursos de doações de Inhapinhenses sensíveis à sua causa, e de alguns políticos.
Nas viagems em busca de seu sonho, dorme na rua na maioria das vezes, quando dorme, alimentar-se é uma possibilidade, mas que importa, a vitória na corrida é no que acredita.
A sua exaustão é sempre a primeira a chegar, a desigualdade no prepare físico e
alimentação deficitária não lhe permitem a superação, mas não desiste.
Como seria bom se nossos jovens pudessem se espelhar no Lalau, imaginem quantos vencedores teríamos.
Sonhar é preciso, mas acreditar e correr atrás do seu sonho é o que faz a diferença
entre o sucesso e o fracasso .

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Fúria da Natureza

Foto ilustrativa - RJ
César Augusto Torres


Um dia a terra iria cobrar. Esse dia chegou. As tragédias se multiplicam a cada dia, e os locais dos eventos não passa por uma previsão eficiente, como se fosse possível, para poupar vidas, e são muitas as explicações para justificar as tragédias anunciadas pós-eventos. O homem ao longo da história vem criando toda sorte de inovação, tecnologias inimagináveis, tudo em nome do capitalismo, justificado com o desenvolvimento social, à custa de exploração dos recursos naturais sem limites.


É sabido que a população do planeta que se multiplica a cada década, consome hoje mais recursos naturais do que o planeta pode suportar e reconstituir. O planeta se encontra na exaustão, não consegue mais suportar a falta de consciência do homem, imaginando ele não fazer parte da natureza, e que o seu desrespeito é responsável por muita dor e a aceleração do fim da espécie. Estamos sim, caminhando para o fim.


Enquanto especialistas e governo tentam mostrar um cenário sustentável, a escassez provoca milhares de vítimas, não somente como o ocorrido na região serrana do Rio ou no sul de Minas, mas também nas secas em locais que nunca faltou água. As tragédias de eventos naturais demonstra que, o comportamento climático está totalmente atípico e fora de controle.


O desrespeito com a natureza é tão grande que estamos assistindo a aprovação da licença ambiental para construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, coração da Amazônia. E na calada da noite no planalto, com essa aprovação outras usinas já estão projetadas. É a prova inquestionável de que os interesses econômicos e políticos sobrepõem à razão e o respeito ao nosso planeta que é único e não suporta mais tanta agressão.


A floresta amazônica, a maior reserva natural do planeta, sofrerá um impacto que irá refletir em todo Bioma. A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo ciclo ecológico da região afetada. A obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. São tantos os efeitos negativos que não justifica uma usina que irá investir uma furtuna e não ser tão produtiva e com um passivo ambiental tão grande e irresponsável.


Até quando as nações do planeta irão reconhecer que não existe mais tempo? Se agirmos agora poderemos minimizar o sofrimento das futuras gerações, caso contrário, só temos a lamentar pela vida futura de nossos jovens e crianças.